sábado, 9 de abril de 2011

SERÁ QUE SOU UM(A) COMPULSIVO SEXUAL?

Por Arlete Gavranic

Quando pensar em sexo, fazer sexo ou se masturbar se transforma em compulsão sexual?

Uma das características dessas pessoas é a de estar sempre pensando ou fantasiando algo relacionado à sexualidade. São pensamentos constantes, que deixam a pessoa inquieta.

Falamos de compulsão ou sexo patológico quando esse desejo/comportamento passa a atrapalhar a vida da pessoa, impedindo-a de fazer outras coisas importantes (trabalhar, estudar, ir a reuniões sociais, fazer um esporte, ter um lazer) com concentração e dedicação.

Dificilmente essa pessoa consegue se concentrar em algo que não seja relacionada ao sexo.

No caso da masturbação, em casos extremos podem chegar a machucar o pênis ou a vagina por excesso de estimulação. A pessoa também pode parar o que estiver fazendo - trabalho, estudo... - para se masturbar.

Sites pornôs e salas de papo erótico são um grande estímulo para essas pessoas.

Compulsão sexual é doença?

Segundo o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, coordenador do Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico, do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), da Unifesp, a compulsão sexual é uma dependência. "O vício em sexo é uma variante daquele em drogas ou em jogo, o funcionamento é o mesmo", afirma. Para o psiquiatra, o sexo patológico é diagnosticado quando a pessoa perde a liberdade por não conseguir controlar os seus impulsos.

Alguns pesquisadores acham que pode haver alguma origem orgânica para esse tipo de distúrbio, mas nada foi provado até agora.

É possível controlar essa compulsão sexual?

A forma mais usada de tratamento é a psicoterapia, tanto em grupo quanto individual. A maneira de se pensar dessas pessoas é distorcida. Na maioria das vezes elas não admitem ter esse problema, e por isso não buscam ajuda, há vergonha de expor essa dependência e enquanto a ajuda não for buscada, por conta de comprometimentos emocionais, não haverá mudança de comportamento.

Para essas pessoas, é muito difícil admitir que precisam de ajuda profissional. Elas só procurarão ajuda quando, por causa dessa compulsão ou dependência, passarem a sofrer graves prejuízos.

Existe diferença entre a compulsão sexual do homem e da mulher?

A erotomania e a ninfomania são o exagero do desejo sexual por parte de um homem e de uma mulher, respectivamente.

Tais quadros são cientificamente conhecidos como Desejo Sexual Hiperativo (DSH) e manifestam-se pela falta de controle da motivação sexual. Geralmente não apresentam disfunções sexuais, em geral entram em atividade masturbatória compulsiva ou na busca de parceiros por coito - mesmo sob risco de perder os seus relacionamentos amorosos - é mais freqüentemente em homens, mas muitas mulheres também saem em busca de novas parcerias para o sexo, seja virtualmente, ou indo a bares, ou locais de "ponto" de prostituição, colocando em risco também sua saúde, com risco de Hepatite B e C, HIV, entre outras.

Em geral, quando há a busca de parceiros, acontece uma ansiedade no momento da pré-atividade sexual e, após o orgasmo, segue-se uma sensação de culpa ou de vazio com bastante freqüência.

Como tratar?

O tratamento psicoterapêutico é a indicação eficaz para aqueles que aceitam a idéia de que estão com dificuldades, que sozinhos dificilmente conseguirão resolver esse problema. Em alguns casos haverá necessidade também de medicação receitada por um psiquiatra.

DASA - Dependentes de Amor e Sexo Anônimos - www.slaa.org.br/br/index.htm

Grupo de auto-ajuda com filosofia similar a dos Alcoólicos Anônimos, pode trazer resultados num estágio inicial, mas na compulsão
muitos precisam mesmo é de medicação para ajudar a conter a excitabilidade e a mania.

Quem não tem acesso a convênios deve procurar ambulatórios de psiquiatria de uma faculdade ou terapia numa faculdade de psicologia, pois no último ano os alunos atendem gratuitamente com supervisão de um professor.

Fontes: Arlete Gavranic
Referência bibliográfica

DSM-IV-TR - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. trad. Cláudia Dornelles; - 4. ed. ver. - Porto Alegre: Artmed, 2002.

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