sábado, 13 de agosto de 2011

Não precisa ser para sempre, mas precisa ser até o fim!

‘Para sempre’, em minha opinião, é nada mais nada menos que um dia depois do outro. Ou seja, é construção. Em princípio, não existe. Mas basta que façamos a mesma escolha sucessivamente e teremos construído o ‘para sempre’.

O que quero dizer é que o ‘sempre’ não é magia nem tampouco um tempo que pré-exista. Ele é conseqüência. Nada mais que conseqüência de uma sucessão de dias, vividos minuto por minuto.

Quanto ao amor, tem gente que acredita que só é de verdade se durar “até que a morte os separe”. Outras, como o grande Vinícius de Moraes poetizou, apostam no “que seja eterno enquanto dure”.

Eu, neste caso, admiro a coragem de quem vai até o fim, de quem se entrega inteiramente ao que sente, de quem se permite viver aquilo que seu coração pede até que todas as chamas se apaguem. Mais do que isso: até que as brasas esfriem e – depois de todas as tentativas – nada mais possa ser resgatado do fogo que um dia ardeu.

Claro que não estou defendendo a constância indefinida de atitudes desequilibradas, exageros desnecessários ou situações destrutivas. Mas concordo plenamente com o que está escrito no comovente “Quase”, de Sarah Westphal (muitas vezes atribuído a Luiz Fernando Veríssimo):

... “Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar” ...

Porque de corações partidos por causa de um amor vivido pela metade as ruas estão cheias. Assim como de almas que perambulam feito pontos-de-interrogação, a se questionar o que mais poderiam ter feito para que o outro também estivesse presente, para que não fugisse tão furtivamente, tão covardemente, tão sordidamente.

É por isso que insisto: muito mais do que nos preocuparmos com o ‘para sempre’, precisamos começar a investir no ‘até o fim’, para que o ‘agora’ tenha mais significado, para que as intenções, as palavras, as atitudes e todos os recomeços façam parte de uma história mais sólida, menos prostituída, que realmente valha a pena.

Então, questione-se: o coração ainda acelera quando o outro se aproxima? O peito ainda dói de saudade? O desejo ainda grita, perturbando o silêncio da noite? Não chegou ao fim! Não acabou.

Sei que, em alguns casos, motivos de força maior impedem um amor de ser vivido (e daí a separação pode ser sinal de maturidade), mas na maioria das vezes o que afasta dois corações é muito mais intolerância, ilusões ou auto-defesas tolas do que algo que realmente justifique o lamentável desfecho.

O outro não quer? Desistiu? Acovardou-se? Ok! Por mais incoerente que pareça, é um direito dele. Esteja certo de que você fez o que estava ao seu alcance e depois... bem, depois recolha-se e pondere: “pros amores impossíveis, tempo”.

Tempo em que você terminará descobrindo que a vida tem seu jeito misterioso de fazer o amor acontecer, mas que – no final das contas – feliz mesmo é quem, apesar de tudo, tem coragem de ir até o fim!

Fonte:Rosana Braga
www.rosanabraga.com.br

Amor e Sexo: Até que ponto um sustenta o outro?!

Tenho notado que muitos casais reclamam da qualidade de seus relacionamentos sexuais. No entanto, creio que antes de falarmos de atração física, disposição para o ato sexual ou sensualidade, devamos observar qual é o símbolo que a relação sexual tem num relacionamento que, a princípio, está baseado no amor!
Obviamente, a convivência entre um casal pede contato físico, intimidade e, conseqüentemente, sexo. Mas a questão é: até que ponto um sobrevive sem o outro? É possível amar sem transar? É possível transar sem amar? Por quanto tempo? Quanto vale uma relação onde o sexo insiste em existir sem o amor, ou vice-versa?

Sinceramente, acredito que a melhor tradução para o ato sexual entre duas pessoas que vivem juntas e que compartilham a mesma cama, a mesma mesa, enfim, o mesmo teto, seja a tradicional expressão fazer amor. Então, se o que os casais desejam é, sobretudo, fazer amor, a resposta é óbvia! Ou seja, devemos fazer amor em todos os sentidos, em todas as suas possibilidades. Não dá para pensar num amor que teima em aparecer somente no quarto, somente sem roupa, quando o que se espera são beijos, carícias, entrega, confiança, desejo, atração, cheiro, gosto, toque, sussurros e, de preferência, prazer! Não dá para fazer amor com uma pessoa durante 30 minutos ou uma hora se, durante o resto das 23 horas do dia, o que se consegue ter com ela são discussões, desconfianças, críticas, grosserias ou, o que ao meu ver é ainda pior, um silêncio cortante e esmagador, uma ausência absoluta de afeto. Enfim, não há tesão que resista à indiferença, à falta de companheirismo, compreensão e paciência, muita paciência!!!
Então, o que fazer? Desistir? Começar de novo? Sair com outra pessoa? Ou investir de verdade nesta relação e se dar uma nova chance?

Estou certa de que cada um tem a melhor resposta para si mesmo, mas a minha sugestão é que homens e mulheres comprometidos decidam, de fato, se comprometerem. Primeiro consigo mesmos, com seus conceitos e com o que esperam de suas relações. E depois, que possam se comprometer com seus parceiros, propondo uma nova maneira de amar.
Isto é, que os casais compreendam que o ato sexual é conseqüência de uma série de outros atos; que a qualidade do sexo está diretamente relacionada com a qualidade que se tem em todos os outros setores do relacionamento, tais como respeito, admiração, confiança, entre outros já citados. Portanto, para conquistar (ou reconquistar) um relacionamento sexual satisfatório, prazeroso e intenso, é necessário (é absolutamente imprescindível) que os envolvidos invistam, primeiro, nas demais áreas da relação.

Elogios, convites para passeios a dois, comentários que elevam a auto-estima e a autoconfiança da pessoa amada, colaboração mútua, companheirismo, troca de idéias, diálogo (muito diálogo) e transparência são alguns dos mais importantes ingredientes para que se possa obter um relacionamento saudável. Tente ser o mais verdadeiro possível, expondo os seus medos, as suas inseguranças, os seus sentimentos mais profundos. Crie uma atmosfera amigável e dê o melhor de si. Comporte-se como um autêntico Don Juan ou como uma adorável sedutora e garanta o sucesso do seu amor.

E quando você titubear, com medo de sofrer, de quebrar a cara ou de ser passado como tonto, lembre-se que a vida é um risco. Saiba que o amor é um grande risco. Mas que se você nunca correr este risco, poderá ter apenas uma certeza: a de nunca experimentar a plenitude do amor.
Por outro lado, se você decidir arriscar, decidir investir no amor trazendo à tona tudo o que há de mais singelo e verdadeiro dentro de você, correrá um outro sério e provável risco: o de descobrir que pode ser amado e pode amar muito mais do que imaginou um dia e que, por conta disso, pode ser muito, muito mais feliz!!! A escolha é sempre sua.

Fonte: Rosana Braga é Palestrante, Jornalista, Consultora em Relacionamentos
e Autora dos livros "O PODER DA GENTILEZA" e "FAÇA O AMOR VALER A PENA", entre outros.www.rosanabraga.com.br, www.stum.com.br

Por que temos tanto medo de ficarmos sozinhos?

Por que temos tanto medo de ficarmos sozinhos?


Em primeiro lugar, eu diria que a resposta é óbvia e até genética: somos seres criados para a troca, para o relacionamento, para o amor! Somos seres em busca do prazer, da convivência, da reciprocidade. Seria como dizer que, em princípio, somos apenas metade do que podemos vir a ser.

Quando nos apaixonamos por uma pessoa, essa felicidade que mal cabe dentro de nós está a serviço de uma sensação muito especial. Temos a nítida impressão de que nos tornamos mais inteiros, mais preenchidos, melhores, mais fortes. É isso!

O encontro com o outro através do amor nos possibilita sentir partes de nós mesmos que não conseguimos quando estamos sós. E por causa dessas sensações maravilhosas é que sentimos tanto medo. Se, por um lado, temos medo de ficarmos sozinhos e, por isso, investimos tanto tempo e tanta energia na busca de alguém especial, que nos complete; por outro, também temos muito medo de encontrarmos esta pessoa, experimentar com ela todas essas possibilidades e, depois, perdê-la.
Assim, sozinhos ou acompanhados, parece que o medo está sempre a nos rondar, sempre nos colocando em estado de alerta e, enfim, roubando parte de uma felicidade tão almejada, tão desejada por homens e mulheres.

Costumo dizer que o medo é um sentimento bom. O medo é, na verdade, um grande mestre, desde que adotemos a seguinte regra: nem ignorá-lo e nem deixar que ele nos invada e nos paralise. O problema não está no fato de sentirmos medo, mas de deixarmos de agir e de viver por causa deste medo. Ou, por outro ângulo, ele pode se tornar um problema se o desprezarmos e, desta forma, não conseguirmos enxergar que ele pode ser um valioso aviso de que estamos indo pelo caminho errado, estamos fazendo a pior escolha.
Portanto, precisamos aprender a decifrar e respeitar o medo, mas não deixarmos que ele nos paralise, nos roube a coragem de arriscar e viver e amar!

Creio que o grande segredo esteja além do medo. Na verdade, se estamos sós ou se estamos comprometidos não é o que mais importa. O mais importante é como estamos com a gente mesmo? O quanto a solidão está se caracterizando pela falta do outro ou pela falta de nós mesmos?

Definitivamente, um relacionamento não tem a função de arrancar de nós a sensação da solidão. Milhares de pessoas são casadas, dormem acompanhadas todas as noites de sua vida, têm família, amigos, emprego, vizinhos e, ainda assim, vivem mergulhados numa profunda e dolorosa solidão! São pessoas que se sentem trancadas em si mesmas, ouvindo o eco de suas próprias vozes e de suas próprias dores sem saber para onde ir, sem entender que para aflorar e renascer para o mundo é preciso que encontrem não um grande amor, não um parceiro melhor ou que lhes pareça mais adequado, mas que se permitam, antes, um encontro consigo mesmas!

A meu ver, as palavras-chaves para a grande transformação, para a felicidade continuada e genuína, são: autoconhecimento e consciência! Quanto mais consciente de si mesmo você estiver, mais você saberá o que quer, para quê está aqui, o que veio fazer na Terra e, enfim, quem é você!

O amor, o casamento, o romance ou qualquer outro tipo de relacionamento só podem nos trazer preenchimento, prazer e respostas se, antes de mais nada, soubermos onde estão as nossas portas. Precisamos aprender a entrar dentro de nós. Precisamos conhecer cada um de nossos cômodos, de nossas luzes, de nossos cantos, de nossas janelas... Precisamos decifrar nossos enigmas, encontrar nossos tesouros e, por mais difícil que seja, admitir nossos lixos e limpar e organizar a imensa bagunça que nós mesmos fizemos (ou deixamos que fizessem) dentro de nós!

Isso tudo não é trabalho para um final de semana prolongado, mas para a vida inteira, todos os dias! E por mais trabalho que dê (e dá mesmo!), volto a repetir: não existe nenhuma outra chance de você se tornar inteiro e sentir-se, de uma vez por todas, livre da solidão, a menos que você resolva parar de buscar lá fora e comece a procurar dentro de você o que há de mais importante: a sua singularidade.

Porque uma vez encontrada, você estará pronto para o amor e saberá que a solidão é somente uma questão de acender ou apagar a sua luz, de abrir ou fechar a sua porta. De entrar ou sair de dentro de você!

Fonte: Rosana Braga - www.stum.com.br