domingo, 21 de julho de 2019

Afinal, o que as mulheres querem?

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O tempo passa, mais me convenço de uma talvez verdade tão dolorosa quanto provável: aos homens só interessa relaxar e gozar. 
Não que queiram apenas sexo da vida, como se não houvesse amanhã (ou querem?!), mas parecem excitar-se com uma facilidade quase que impressionante.
Tanto que já ouvi mais de uma vez frases como “não é bonita, mas eu comeria.
” Como sempre traduzo extensivamente tudo aquilo que absorvo, pensei: “Não é bonita, nem interessante, nem atraente, mas eu comeria, porque eu como mesmo.”
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Bem ou mal, nós, mulheres, somos culturalmente diferentes. Não que sejamos mais castas que eles, ou que gostemos menos de sexo – não mesmo. Somos, por assim dizer, um pouco mais exigentes – seja com atributos físicos, sociais ou intelectuais, fato é que não é qualquer coisa que nos interessa sexualmente. (E quando digo qualquer coisa não me refiro a homens, mas a qualquer elemento que expresse erotismo).

Devemos partir do pressuposto de que mulheres gozam muito bem sozinhas. Temos uma feliz capacidade de deixar a imaginação fluir a serviço do nosso próprio prazer. Temos talento em conhecer nosso próprio corpo de tal forma que, muitas vezes – mas não sempre, certamente – o tão venerado pau,  ou outro objeto que lhe valha, é completamente obsoleto. Portanto, o que menos nos interessa numa transa é o orgasmo que, embora nos seja precioso, podemos muito bem conseguir sozinhas.

O sexo, na mentalidade da maioria das mulheres, é uma fonte de múltiplos prazeres, que, para nós, ultrapassa o simples orgasmo.  O maior deles talvez seja sentir-se desejada. Não sentir-se amada, mas desejada mesmo. Erotizada, posta num lugar profano, que transcenda a condição de mulher casta, romântica e pra casar. Em português claro, nos interessa ser vistas sexualmente pelos homens que desejamos.


Aposto que muita mulher se sente mais mulher quando ouve um palavrão ao pé do ouvido – porque quando um homem sabe sexualizar uma mulher e ao mesmo tempo respeitar o seu direito de sentir prazer, nos sentimos livres como devemos ser.
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A história da erotização feminina não nos apetece – a mulher que, embora exageradamente sexualizada, sempre foi vista e representada muito mais como um objeto do que como um sujeito. No fundo, o que queremos são homens que compreendam a nossa capacidade de sentir prazer enquanto seres autônomos que somos e que, de preferência, estejam dispostos a colaborar com isso – numa troca saudável, é claro.
Não queremos só mãos firmes e línguas competentes. Queremos homens que nos envolvam com a mente muito mais que com o corpo – por que de uma mente excitante é impossível esquecer.


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