sexta-feira, 13 de maio de 2011

PRAZER ANAL MASCULINO, UM TABU?

Prazer anal masculino

Se o bumbum feminino é uma mania nacional, o masculino está longe disso. Não há apelo erótico para esta parte do corpo do homem, seja na mídia ou nas músicas. E falar em excitação nesta área é levantar tabus e preconceitos. Mas a verdade é que eles podem sentir prazer se forem estimulados nessa região.

Tanto isso é possível que o toque na área do ânus é um dos pedidos mais freqüentes entre os homens que ligam para o Disque-Fantasia. Por meio deste serviço de sexo por telefone, eles liberam diversas fantasias nesse sentido.

Segundo Paulo César Coelho, dono da empresa de tele-sexo, este tipo de fantasia é explicitado por 90% dos homens que telefonam. “Aqui eles sabem que não vão ser criticados nem correm o risco de serem taxados de homossexuais”, explica. Às atendentes, a orientação da empresa é a de jamais sugerir esta possibilidade aos clientes.

Aliás, receber o rótulo de homossexual é o grande medo, mas que não passa de mito. “Não são apenas os homossexuais do sexo masculino que sentem prazer ao serem estimulados no ânus”, diz a psicóloga Ana Cristina Nunes, mestre em sexologia. E explica o porquê: “A região é muito enervada e qualquer toque ou carícia pode ser excitante.”

A cultura machista dos brasileiros não permite que o homem sinta este prazer

O ginecologista e terapeuta sexual Gérson Estermínio concorda. E vai mais longe. “É uma região erógena, extremamente prazerosa. Mas, muitos homens, por causa do machismo, negam esse prazer.” A presença de muitos vasos, a circulação sangüínea e a mucosa exteriorizada tornam toda a área muito mais sensível. “Por isso, qualquer toque é percebido melhor.”

Quebrar o tabu é difícil, pois esbarra no fator cultural. Segundo a psicóloga e educadora Vera Lúcia Vaccari, a sociedade brasileira acredita que só os homossexuais do sexo masculino podem sentir prazer com essa estimulação.

“E como há um grande preconceito, tudo o que possa ser considerado de caráter homossexual vira objeto de condenação.” E não só isso. Segundo ela, ao ser estimulado nessa região pela parceira, o homem pode se sentir ameaçado de alguma forma. É como se tivesse a masculinidade posta à prova.

Este preconceito está tão arraigado que prejudica, inclusive, a saúde do homem. No exame de próstata, por exemplo. “Muitos homens se recusam a fazer o exame de prevenção do câncer de próstata, o toque retal, por repulsa do dedo no ânus”, diz Vera.

Para muitas mulheres, esse desejo masculino é visto como sinal de homossexualidade

Os mitos e preconceitos não são mantidos apenas pelos homens. As mulheres também são extremamente preconceituosas. Para muitas, o fato de o homem assumir que se sente estimulado dessa forma é um sinal de homossexualidade enrustida.

Ou seja, vencido o preconceito que existe nele mesmo e assumindo a excitação, o homem encontra na mulher uma barreira. “Já atendi um casal em que a mulher confessou que o casamento acabou quando ele pediu para ser estimulado no ânus. Para aquela mulher, aquilo representou o fim do desejo”, conta a psicóloga Ana Cristina.

Segundo ela, esse tipo de coisa assusta muito a mulher. “Poucas conseguem entender que aquele estímulo dá prazer, mais nada. E não significa de forma alguma uma tendência homossexual.” Para ela, o ideal é que o casal encare a experiência como uma coisa a mais na relação sexual, sem fazer uma leitura preconceituosa.

Há exercícios que estimulam a curiosidade sexual. Derrubar este mito requer esforço e vontade do casal. O fundamental é que haja muita conversa entre ambos. Caso contrário, a experiência pode fazer até com que os dois se separem. “É preciso que um não atropele o outro. Ou seja, vale tudo no sexo, desde que se respeite a vontade do parceiro”, diz a psicóloga.

Ela lembra que por ser um assunto muito delicado para ambos, tem de ser conversado e discutido antes. “Em todos os anos de consultório, eu nunca tive um casal que quisesse partir direto para a experiência de estimulação anal masculina. Sempre tive que incentivá-los a se explorar bem para que tivessem vontade e curiosidade de fazê-lo”, diz Ana Cristina.

Nas suas consultas, a psicóloga estimula os casais a se descobrirem. “Eu proíbo os dois de terem relações sexuais, tirando assim o foco da vagina/pênis”, diz. Desta forma, ela faz com que o casal se toque, um explore o corpo do outro. A resistência é comum e só pode ser derrubada se o casal vivenciar esses momentos de intimidade.

Fonte:Conquista. com

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