quarta-feira, 18 de maio de 2011

Amor Sem Fronteiras. Namorando um Gringo

Namorando um Gringo

No início era uma relação a três – ela, ele e o manual de tradução. Quando conheceu o marido, o suíço Gregory Ryan, há seis anos, a carioca Wanusa Andrade não sabia falar alemão ou inglês e precisava recorrer ao tradutor online (ou na versão de bolso) para conseguir se comunicar. Quando ela e Gregory se encontraram pela primeira vez, em uma boate no Rio, a conversa foi monossilábica e por meio de sinais. Mesmo assim, o namoro engatou por todo o mês em que o suíço permaneceu no Brasil. Depois, seguiu firme pela internet até virar casamento. “Apesar de todas as dificuldades lingüísticas, eu tinha a certeza de ser absolutamente compreendida pelo Greg”, diz Wanusa – que só não estava certa de ser entendida pelas outras pessoas. “Ainda hoje, quando falo que sou casada com um suíço, percebo olhares de recriminação. Mas aí digo a idade dele e todo mundo fica aliviado.” Ela, comissária de bordo, tem 25 anos. Ele, estudante de relações internacionais, 27.

É melhor namorar um Gringo?

O preconceito a que Wanusa se refere pode ser resumido no clichê “mulher brasileira de família pobre e sem perspectiva se casa com homem estrangeiro bem mais velho em busca da salvação”. Especialista em relações interculturais, a psicanalista Sylvia Dantas afirma que, sim, boa parte das brasileiras que se casam com gringos enquadram-se nesse perfil. Mas não é só, claro. Mulheres independentes e bem- sucedidas também costumam se dar bem com os estrangeiros, principalmente os de países de Primeiro Mundo. “Esses homens, em geral, são menos machistas do que os brasileiros e, ao contrário deles, não se assustam diante de parceiras muito emancipadas”, explica ela, que é coordenadora do serviço de orientação intercultural da Universidade de São Paulo (USP). Isso significa que nas relações com europeus ou americanos, a chefia da casa é dividida entre os dois membros do casal. Não à toa, nos fóruns que pipocam pela internet sobre esse tipo de romance, as virtudes domésticas dos maridos estrangeiros são amplamente ressaltadas. Se for preciso, eles ajudam a lavar, passar e cozinhar.


Estatísticas

Com o mundo ao alcance do mouse, encontrar um amor a um oceano de distância se tornou mais corriqueiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006 foram realizados 5.230 casamentos de brasileiras com estrangeiros. O número é baixo, mas, se comparado ao mesmo dado de 1996 – ano da chegada da internet no Brasil –, representa um crescimento de 57%. Como nessa conta só entram as uniões formais, lavradas em cartório, dá para afirmar que na informalidade o volume de namoros bilíngües é bem maior.

Conto de fadas?

A atriz paulista Giovanna Borghi, 26, chegou a acreditar que engrossaria essas estatísticas oficiais. Há três anos, apaixonada, ela deixou o Brasil para viver uma história de amor na Itália e... quase morreu de tédio. “Fui morar em uma cidade de 5 mil habitantes e, como não conseguia trabalhar, passava o dia sem fazer nada”, lembra. Nesses momentos, Giovanna pensava: “Mas 5 mil pessoas equivale ao público de uma festona em São Paulo!” Insatisfeita com a nova vida de dona de casa, ela resolveu voltar para o Brasil, não sem antes viver outros dois romances internacionais, um em Milão e outro em Madri. “Minha profissão é muito importante para mim. E eu sentia que se ficasse na Europa teria de abrir mão dela."

Carreira X Amor

O dilema carreira x amor é dos mais comuns para quem namora um gringo. Afinal, depois de algumas viagens, inúmeros telefonemas e incontáveis e-mails, torpedos e afins, uma hora a questão se coloca: onde é que a gente vai morar? Com o seguinte agravante: em vez de “No meu apartamento ou no seu?” a pergunta aqui é “No meu país ou no seu?”. Mudar de país quase sempre implica pisar no freio na vida profissional. Em dez meses de relacionamento com o americano Paul Herron, a estilista Renata do Valle, 26, já foi duas vezes a Nova York e o recebeu por aqui em cinco ocasiões. Ele já anunciou que está disposto a morar por uns meses no Brasil no ano que vem, mas depois disso... só Deus sabe! “Já deixei claro que eu não me mudo para lá”, diz Renata. “Lancei minha marca há dois anos, fiz vários sacrifícios por causa dela e agora finalmente as coisas estão dando certo. Simplesmente não posso abandonar o barco!” O jeito, então, vai ser continuar namorando a distância. E deixar a vida decidir o fim dessa história.

Carreira e Amor

Mariana Dauwe, 27 anos, pensou muito antes de trocar o sonho de fazer carreira no jornalismo pela profissão de tradutora na Califórnia, para onde se mudou para viver com o namorado, Matthew Sheridan, 30. Mesmo conseguindo trabalho, ela diz que a transferência para os Estados Unidos foi bem mais difícil do que imaginava. “Por estar longe, foi inevitável que eu fizesse do Matthew o principal foco da minha vida”, analisa. Esse é um dos perigos de uma relação assim. Distante dos amigos, da família e das referências culturais, a mulher independente pode se transformar em carente e grudar no parceiro. A psicanalista Sylvia Dantas oferece em seu consultório uma preparação para quem vai encarar a mudança de país, de forma a evitar ou minimizar problemas do tipo. “Quanto mais consciente se estiver das dificuldades que virão pela frente, mais fácil será lidar com elas”, diz. “Depois do período do deslumbramento e da lua-de-mel, as diferenças inevitavelmente aparecem.” E em duas línguas!


Diferenças

É mais comum a dobradinha mulher brasileira com homem estrangeiro (5.230 casamentos em 2006) do que a parceria mulher estrangeira com homem brasileiro (1.516 uniões).

Quando têm filhos, os casais latinos tendem a se aproximar mais de tios, primos e irmãos. Já os europeus e americanos fazem o contrário, ou seja, se afastam, porque entendem que construíram uma nova família. “É a família expandida versus a família nuclear”, diz a psicanalista Sylvia Dantas.

Fonte: Site Gloss

Atenção:

Tem muitos sites, onde você pode conhecer pessoas de vários páises, é interessante trocar informações, conhecer as culturas e até aperfeiçoar o inglês, francês, espanhol, etc, só tome cuidado e seja bem direta no que procura, pois muitos, infelizmente assim,como no Brasil, as vezes pensam que mulher no site é sinal de mulher fácil e disponível para sexo virtual e até real. Seja sempre direta e corte os que demostrem falta de respeito com você.

Célia Pereira