segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O MITO DA MULHER FÁCIL

Com uma trajetória tão antiga quanto a condição feminina, ela assombra meninas recatadas, é fonte de diversão para alguns homens e assunto comum em momentos de tricô envenenado sobre a vida alheia. Afinal, quem não conhece ou não foi mulher fácil algum dia na vida?

Elas estão por aí, devidamente rotuladas e, claro, com suas muitas razões de ser: carência, insegurança, desprendimento de convenções sociais etc. Quem pensa que é mole essa vida de critérios flexíveis se engana. É muito difícil ser mulher fácil. A começar pelo julgamento externo, sobretudo o masculino.

A opinião deles

Experimente perguntar a um homem o que ele pensa sobre uma mulher fácil. "Detesto, não inspira o menor respeito", opina o triatleta Paulo Guilherme Arruda. Para ele, a mulher que anula o jogo de sedução, abreviando todo o processo, acaba afastando os homens e tem poucas chances de se relacionar mais concretamente. "São coisa para uma noite, no máximo", diz.

O estudante Henrique Sherman faz coro e acrescenta que é praticamente impossível se apaixonar por uma mulher fácil. "Eu não conseguiria, está muito fora dos meus parâmetros. Gosto de envolver, seduzir aos poucos. A mulher fácil é muito ansiosa e geralmente já sabe o que quer, ou seja, sexo. Fora que, geralmente, já passou ou vai passar pelas mãos do grupo todo e isso é muito ruim. Nenhum homem gosta de mulher corrimão", acredita.

A opinião delas

Já na opinião das mulheres - fáceis ou não – os homens criticam, mas gostam. A produtora cultural Marina Blaw, que se diz nem fácil e nem difícil, afirma que as "moças de acesso rápido" têm o seu lugar cativo nas preferências masculinas. "Eles falam, mas pegam. É a tal história do lanchinho da madrugada: não é aquela mulher que ele quer pra casar, pra morar na casa dele, ser mãe dos filhos. É a mulher que ele pega na rua pra se divertir. Se homem não gostasse de mulher fácil, ela simplesmente não existiria", afirma.

A publicitária Paola Alexandre sai na defesa dessas faladas meninas. Ela diz, por conhecimento de causa, que todas têm coração e muitas sonham com o príncipe encantado. "Ninguém tem o direito de julgar a necessidade de uma mulher. Muitas não impõem barreiras, meras convenções, porque estão ansiosas por encontrar alguém que lhes dê segurança e carinho. É verdade que essa tática acaba não funcionando, mas faz parte de um processo sentimental. Digo porque já passei por isso: fui pixada de piranha e mulher fácil porque achava que todo homem podia ser meu namorado em potencial", conta."É claro que existem as que só querem se divertir, o que eu acho um direito muito justo", acrescenta.

Na mira

Além de encarar o julgamento social, a mulher fácil é um imã de enrascadas, justamente porque a exigência não é seu forte. "O que pode acabar ferindo essa mulher e causando-lhe alguma espécie de trauma sentimental é a falta de critérios. Se envolvendo com qualquer um, sem grandes escolhas, além do prejuízo à imagem social, ela pode passar por situações muito difíceis", diz a psicóloga Thamar Ribeiro.

"É preciso estar satisfeita com suas convicções para se sentir segura. Isso é fundamental para que essa mulher não acabe se anulando ou jogando fora grandes oportunidades de ter contato com seu mundo interno e compreender melhor seus objetivos de vida", conclui a terapeuta.
Fonte: Site: Bolsa de Mulher

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